Tani Brzostek Muller, de 49 anos, começou a fazer
trabalho voluntário há 7 anos. Atualmente, faz parte do Grupo Era Uma Vez, onde
conta histórias para pessoas carentes.
Veja trechos de nossa conversa:
“Sempre achei importante fazer um trabalho
voluntário para ajudar pessoas que necessitam, mas acabava não me entusiasmando
por nenhum em especial. Quando soube do Era Uma Vez, fiquei muito animada
porque a leitura, os livros, as histórias são coisas que eu sempre adorei.
Poder levar isto para pessoas necessitadas que muitas vezes nem conhecem o
prazer que há na leitura e nas histórias, seria para mim o ideal, pois estaria
ajudando as pessoas a ter acesso a algo que considero muito importante. Seria
gratificante para mim sentir que transmiti este meu gosto para elas. Além
disso, sabendo que a vida destas pessoas é tão difícil, poder ajudá-las a ter
um momento de prazer, de diversão, de receber, é também muito gratificante.
No caso do meu trabalho, acho que o momento mágico
em que você sai um pouco da sua concentração no meio da contação da estória e
percebe que as pessoas que escutam estão maravilhadas, voando com a história,
esquecidas do seu mundo, seus problemas e dificuldades, é o momento mais recompensador.
Isto acontece bastante, com qualquer tipo de público, o retorno na contação de
histórias é muito rápido, é imediato, você percebe na hora que alcançou as
pessoas, que fez o que queria fazer. E quando vê que não conseguiu - pois isto
várias vezes acontece já que a situação nunca é ideal, controlada, sem
contratempos - você sabe que mesmo assim vale a pena porque na próxima vez vai
conseguir.”
Ela ainda deixa uma mensagem para os futuros
voluntários:
“Sei que algumas pessoas sentem-se bem ao se sacrificarem
em prol dos necessitados. Para mim, somente o auto-sacrifício não atrai. Acho
que o voluntariado funciona para mim e para a média das pessoas, quando envolve
o "dar" ao outro numa atividade que traga prazer a você também. Fazer
algo de que você não gosta muito para ajudar os outros, pode funcionar uma ou
outra vez. Mas fazer algo que te encanta e que você acha importante, para
ajudar os outros, isso sim funciona, pois a satisfação será do outro e sua
também. E aí, você nunca mais quer
parar. Experimente!”
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